terça-feira, 30 de agosto de 2016

Vereador Rui Serrano “bate com a porta”

"Este, claramente, não é o meu executivo" . É desta forma que o vereador Rui Serrano (PS) se demarca pela segunda vez da gestão PS/CDU na câmara de Tomar. Numa declaração enviada à comunicação social, Rui Serrano informa que devolve os pelouros da sua responsabilidade na autarquia mas mantém-se como vereador até ao fim do mandato.
É uma situação que se repete uma vez que já em janeiro deste ano, o vereador entregou os pelouros mas dois dias depois os ânimos serenaram e a presidente voltou a entregar-lhe responsabilidades.
Oito meses depois, acontece aquilo que parece ser a demarcação definitiva de Rui Serrano em relação ao executivo PS/CDU.
O autarca não abandona a gestão camarária sem deixar duras críticas à presidente Anabela Freitas. Para Rui Serrano não existe “uma agenda comum” nem uma “estratégia de liderança”.
Sem papas na língua, afirma que não reconhece credibilidade a Anabela Freitas para liderar os destinos do concelho de Tomar.
Queixa-se de que foi vítima de um “constante pôr em causa” das suas responsabilidades.
Perante esta “demissão” de Rui Serrano, o executivo passa a ser gerido por uma minoria: dois eleitos do PS (a presidente Anabela Freitas e o vice-presidente Hugo Cristóvão) e um eleito da CDU (Bruno Graça). Isto quando falta pouco mais de um ano para as eleições autárquicas.
Publicamos na íntegra o texto de Rui Serrano:



"Este, claramente, não é o meu executivo" 
Caros Tomarenses,
Ao longo destes intensos três anos de mandato autárquico, nos quais me comprometi com Tomar e com os Tomarenses, surgiram naturais divergências internas que não me surpreenderam, dada a minha experiência e prática política exercida com iguais competências, entre 2009 e 2013, como Vice-Presidente do Município de Abrantes. Entendi que essas divergências faziam parte de um processo de inédita coligação entre o PS e a CDU e que, acima de tudo, com o empenho de todos, se procurava a estabilidade de governação, assim correspondendo à expectativa dos Tomarenses que acreditaram neste executivo para se fazer a mudança.
Os diversos casos, temas e assuntos, que no âmbito das minhas competências foram inúmeras vezes ultrapassados e colocados em causa, não só por quem liderava o Município, mas claramente também por quem ultrapassava as suas obrigações e responsabilidades enquanto chefe de gabinete, levou a que a situação se agudizasse, culminando em desacordos que se tornaram incontornáveis e insuportáveis, do ponto dos princípios e da forma de exercer o poder autárquico. Por essa razão, ainda que tardiamente, em Janeiro de 2016, entreguei os pelouros que me tinham sido atribuídos (Gabinete de Desenvolvimento Económico, Planeamento, Urbanismo, Regeneração Urbana, Obras Municipais e Licenciamento).
Encontrada internamente a solução política de estabilidade e credibilidade para este executivo, que se traduziu na saída do chefe de gabinete, acreditei que era possível recuperar a confiança dos que nos elegerem e que seria viável traçar o caminho que correspondesse ao meu compromisso e responsabilidades assumidas.
Infelizmente constatei que a reatribuição dessas competências e responsabilidades, no género e na forma, e que me propus cumprir até ao final deste mandato, não assentavam numa agenda comum. A estratégia de liderança que era minha expectativa e condição de regresso não se revelou e não existe. A forma de atuação e coerência que procurei imprimir e assumir enquanto vereador desta coligação não encontraram espaço e reincidiu-se no constante pôr em causa das responsabilidades que vinha assumindo sempre no interesse dos Tomarenses e do nosso concelho, nestes últimos meses enquanto vereador desta coligação.
Não havendo da minha parte confiança nesta liderança política, à qual não reconheço credibilidade para liderar os destinos do nosso concelho, nada mais me é possível fazer, porque acredito no valor das coisas e não no tempo que elas duram.
Desta forma, e não havendo confiança política no quadro deste executivo para desenvolver e cumprir os objetivos a que me propus, por respeito a quem me elegeu e por respeito ao voto de confiança que me foi concedido pelos cidadãos do concelho de Tomar para que os representasse, renuncio aos pelouros que me foram atribuídos mas, uma vez eleito, vou assumir essa responsabilidade até ao final do mandato."
Rui Serrano 
Vereador do Município de Tomar 

8 comentários:

  1. Este “ rei” está nu (também) !

    Esta história não é nova cá no burgo; tem barbas e coisas parecidas, já crescidas até, noutros reinos bem vizinhos!
    Quando a incompetência é pai e mãe que filhos pode gerar?!...
    De momento lembra, só, a estória de Hans Christian Andersen, “o rei vai nu” e que, por melhor que tudo evidenciar a situação, se transcreve:

    “Era uma vez um rei muito vaidoso e que gostava de andar muito bem arranjado. Um dia, vieram ter com ele dois aldabrões que lhe falaram assim:

    - Majestade, sabemos que gosta de andar sempre muito bem vestido - bem vestido como ninguém; e bem o mereceis!...Descobrimos um tecido muito belo e de tal qualidade que os tolos não são capazes de o ver. Com um fato assim Vossa Majestade poderá distinguir as pessoas inteligentes dos tolos, parvos e estúpidos que não servirão para a vossa corte.
    - Oh! Mas é uma descoberta espantosa! - respondeu o rei. Tragam já esse tecido e façam-me o fato; quero ver as qualidades das pessoas que tenho ao meu serviço.
    Os dois aldrabões tiraram as medidas e, daí a umas semanas, apresentaram-se ao rei dizendo:
    - Aqui está o fato de Vossa Majestade.
    O rei não via nada, mas como não queria passar por parvo, respondeu:
    - Oh! Como é belo!
    Então os dois aldrabões fizeram de conta qua estavam a vestir o fato, com todos os gestos necessários e gestos necessários e exclamações elogiosas:
    - Ficais tão elegante! Todos vos invejarão!
    A notícia correu toda a cidade: o rei tinha um fato que só os inteligentes eram capazes de ver. Um dia o rei resolveu sair para se mostrar ao povo. Toda a gente admirava a vestimenta, porque ninguém queria passar por estúpido, até que, a certa altura, uma criança, em toda a sua inocência, gritou:
    - OLHA, OLHA! O REI VAI NU!
    Foi um espanto! Gargalhada geral. …”
    Ah , o ´rei´ escondeu-se, cobarde como era, aparecendo mais tarde a tentar pavonear-se nas ruas da mesma corte!....

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  2. Parece que já se decidiram sobre quem vai tentar ocupar os "tachos" para 2017-21 nos órgãos camarários e às vezes há que perder algumas batalhas para ganhar a guerra. É verdade que isto não abona a favor da imagem do PS, mas como falta mais de um ano para as eleições as pessoas vão esquecer no entretanto este fait-diver. Falta é saber que papel o Serrano vai desempenhar no futuro. Se ainda tem ambições políticas é uma coisa, agora se não tem e vai jogar o jogo do "eu perco mas tu também vais comigo ao fundo" então se calhar o PSD ainda pode ter esperanças de vencer as eleições. Esperemos pelos próximos capítulos desta novela.

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  3. Estou farto de anónimos em Tomar, até pode ter rasão mas ponha aí o seu nome.

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    1. Se vivêssemos numa democracia, sim.
      Agora neste regime que alguns apelidam de democracia, pode-se falar, mas ....

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  4. Agora é que a senhora presidente, senhor a vice-presidente e o ex-chefe de gabinete, tem casa verdadeiramente em chamas, resta saber o plano emergência adequado para sair de tal calamidade. Quanto a falta de liderança e estratégia da CMT é notória e nem é necessário ser grande especialista da matéria para ver isso mesmo. Quanto a questão de por em causa quem na verdade é competente é um habito de há muitos anos na CMT. Cabe ao presidente da concelhia do PS e ao PS, retirar o apoio do partido a presidente e a vice presidente, pois caso contrário a derrota do partido será inevitável. Quanto aos tomarenses, julgarão nas urnas a tal desgraça, que senhora presidente é a maior culpada. Resta agora, comunicar a decisão as mais altas instâncias do Partido de Socialista para retirar o apoio a representação do partido nas próximas eleições autárquicas, a actual presidente e ao vive presidente.

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  5. A PIDE voltou?
    Quando aparecem a obrigar um anónimo a revelar-se.
    Faz me lembrar os anos de 50 60

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  6. Ponto de ordem em três pontos, como d´antanho em Assembleias Magnas:
    Com o titulo ´pobre terra´, em publicação de hoje 02 de setembro de 2016, à sua maneira sempre brilhante mas…, enfim é a vida, a indiciar embaciamento, no seu blog “tomar a dianteira 3”, passe a publicidade, o senhor Doutor, António Rebelo, mente assim:
    1. Não estava (este que agora escreve) “sentado na sanita”, antes numa almofada folgazona que, literalmente, nunca suscitou, nem suscita, comentários da “dita” pelo ilustre acima indicado, antes, comentários objectivos ou, relatos factuais;
    2. Mais mente porque o comentário a que alude o ilustre bloguista, resume-se a uma entrada e uma saída, sendo todo o resto ao contrário do que disserta, a transcrição pura, simples e resumida de um conto com autor, ora veja-se:
    “ “
    Este “ rei” está nu (também) !

    Esta história não é nova cá no burgo; tem barbas e coisas parecidas, já crescidas até, noutros reinos bem vizinhos!
    Quando a incompetência é pai e mãe que filhos pode gerar?!...
    De momento lembra, só, a estória de Hans Christian Andersen, “o rei vai nu” e que, por melhor que tudo evidenciar a situação, se transcreve:
    ……
    O CONTO
    …..
    Ah , o ´rei´ escondeu-se, cobarde como era, aparecendo mais tarde a tentar pavonear-se nas ruas da mesma corte!....
    3. Mente ainda, em matéria de seu interesse (a defesa aflitiva do renunciado eleito – vá lá saber-se porquê…), quando deturpa e altera a sequência e cronologia dos acontecimentos vividos pelo personagem; porque alguém foi posto no olho da rua, sem bater com a porta, tendo voltado pelo postigo das traseiras e, agora, novamente, fugido pelo telhado!

    E porque, com ruins defuntos não se deve gastar muita cera…, por aqui, definitivamente se fica!

    Com os protestos da mais elevada consideração,

    Um seu, de há muitos e muitos invernos, atento observador.

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  7. Muito bem. É essa mesma a ordem. Em janeiro depois de ser despromovido de manhã pela presidente, o jovem promissor vereador apresentou à tarde a demissão dos pelouros numa atitude à homem. Só que depois arrependeu-se e pediu para voltar tendo sido reintegrado mas em gabinete menos digno e só com um pelouro. Lá foi tentando mostrar serviço mas como não conseguiu fazer nada que se visse e antes que fosse tarde e pudesse ser desmascarado, saiu antes que lhe fosse novamente mostrada a porta aberta para sair. O funcionário público reformado morador no centro historico apesar de passar o tempo na coscuvilhice está sempre a falar do que não sabe com uma evidente falte de conhecimento da realidade. Bem haja ao anterior comentador.

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