quinta-feira, 8 de maio de 2014

Coordenador do Festival Estátuas Vivas ‘bate com a porta’

Eduardo Mendes, coordenador do Festival Estátuas Vivas de Tomar, demitiu-se do cargo acusando a Câmara de “bloquear” a organização do evento. Numa nota enviada aos órgãos de comunicação social, o responsável denuncia as respostas “lacónicas e evasivas” por parte da autarquia aos e-mails que enviou em março e abril nos quais alertava para a necessidade de preparar atempadamente a organização do evento.
Até agora a Câmara ainda não tornou pública qualquer posição sobre o caso nem deliberou se vai ou não avançar com o festival este ano, decisão que deve ser tomada na próxima reunião, segunda feira.
O Festival Estátuas Vivas de Tomar teve até agora quatro edições contando com financiamento comunitário, que entretanto acabou.
Transcrevemos a nota que Eduardo Mendes enviou à comunicação social:

“Na qualidade de coordenador do Festival Estátuas Vivas de Tomar, evento integrado no projeto Máquina do Tempo, quero agradecer a todos os que contribuíram para a criação e sucesso do Festival, nele colaborando de forma voluntária, institucional ou profissional.
Gostaria de deixar um agradecimento especial a todos os artistas participantes, na pessoa de António Santos (Staticman), bem como à Dr.ª Rosário Simões, com quem coordenei as edições anteriores. Sem todos eles, nada teria sido possível.
Após quatro edições, que contaram com uma comparticipação financeira de 85% no âmbito do QREN, 2015 seria o ano em que o Festival confirmaria, ou não, a sua sustentabilidade financeira. Esta deveria ser conseguida essencialmente através de ingressos pagos, a um preço acessível, em conjunto com apoios institucionais e comerciais, alguns deles já garantidos.
Com este objetivo, no final de dezembro foi apresentada uma proposta com as linhas gerais do evento para 2015. Nesta reunião, com a Sr.ª Presidente da CMT, ficou expresso o interesse da autarquia na continuidade do Festival, decidindo-se avançar com as diligências necessárias à sua realização. Neste sentido, até finais de janeiro, foram pormenorizados todos os conteúdos artísticos, logísticos e financeiros do evento, tendo esta planificação sido apresentada à Divisão de Comunicação, Cultura e Turismo da CMT. Pretendia-se, assim, operacionalizar o arranque do Festival, iniciando-se o contacto com todas as entidades envolvidas.
Cerca de um mês depois, chegou a informação de que os serviços da autarquia não poderiam realizar quaisquer pedidos de orçamento, já que o evento não tinha sido ainda apresentado para deliberação em reunião do executivo.  
Tendo as edições anteriores começado a ser preparadas em dezembro / janeiro e, sendo este o ano de maior complexidade logística, alertei a Sr.ª Presidente da CMT para a importância de uma decisão urgente. Deste modo, foram enviados dois e-mails, a 11 de março e 5 de abril, tendo ambos merecido a mesma resposta, lacónica e evasiva, da CMT.
Enquanto coordenador dos eventos anteriores e não tendo recebido, até esta data, qualquer informação sobre a deliberação da CMT face à realização do evento, bloqueando a sua organização, considero não estarem reunidas as condições para poder colaborar em mais uma edição do Festival Estátuas Vivas de Tomar. 
Espero que seja encontrada a melhor solução para que o evento possa continuar a ser uma referência cultural e turística de Tomar, contribuindo para a dinamização económica da cidade.”

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